quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Amor ingênuo


Amor ingênuo

NEIA ANDRADE


Quando se entregar for inevitável, paira sobre a cabeça dos amantes: será que valerá a pena tamanha entrega? Ele e ela serão cuidadosos com os meus sentimentos?
Ambos, desconfiados, se olham, e o silêncio reina aflito, louco para ser quebrado por um gemido, um grito de sentimento oriundo do peito, que bate desesperado sem alento como um corpo despido que deseja ser aquecido e anseia encontrar abrigo em braços macios.
Mas, oh!, sentimentos de vidro! Por quê? Temem ser quebrados? Por quê? Não fogem nem agem? Com os lábios trêmulos de medo, e a boca ardendo em desejo, é visível a insegurança nas mãos frias e suadas da ingênua amante, que espera por seu amado!
Já experimentando de dores e com o coração cristalizado pelos dissabores do amor, o que espera por ti, ingênua amante, já que teu amado se foi para longe? Será que conseguirá alcançá-lo com a tua fragilidade? Sonhas que ele venha como príncipe a galope, rápido, incendiado de amor?
Depois do devaneio, retomando a consciência, recorda que ele sempre foi e sempre será um amante. Duro para ti aceitar que nunca houve entrega. E sim espera...

Neia Andrade é colunista  professora e compositora. E-mail: neia.andrade.ba@gmail.com.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Contos - Transportar

 Transportar

Eu tentei me conter na primeira mensagem, mas não foi possível resistir e devo-lhe confessar: Você é encantadora,
pude sentir isso quando você se aproximou...pedir primeiramente sua bolsa como pretexto para olhar seu rosto...
e fiquei mais admirado ainda...quando a pessoa que estava ao meu lado se levantou...fiquei ao mesmo tempo feliz e triste: feliz com a possibilidade de você sentar ao meu lado e triste com a possibilidade de outra pessoa vir a sentar e você ter que se afastar mais um pouco.
Quando você estava ao meu lado me esforcei em pensar algo inteligente para lhe impressionar, mas atônito emudeci...
quando me pediu a caneta foi algo muito especial para mim...no final nem sabia mas de quem era a caneta....a conversa foi breve e de conteúdo diverso...mas a realidade é que nem estava raciocinando e falava involuntariamente pois você
havia me arrebatado...
Lhe conferso já me desculpando, houve um instante que propositalmente segurei sua bolsa de modo que fosse possível
que minha mão estivesse próximo às suas pernas...tive também uma visão muito linda a qual permanece em minha mente...
foi um pedaço ínfimo branco ebordas parcialmente rosa que logo fora corrigido por você ao suspender a calça...tão efêmero e tão impactante...Definitivamente não sei o que você possui ou o que há,o fato é que jamais fui arrebatado desta forma...isso é magia?  Não poderia está escrevendo estas coisas, mas o desejo de reviver aqueles instantes é algo idescritível ...
Muito obrigdo por ter me TRANSPORTADO!